Psicólogo ou Psiquiatra: Qual a Diferença e Como Cada Um Pode Ajudar na Sua Saúde Mental?

Entenda as diferenças entre psicólogo e psiquiatra, como cada profissional atua no cuidado da saúde mental e por que a psicoterapia é essencial no tratamento de psicopatologias.

 

Introdução

Muitas pessoas ainda têm dúvidas sobre a diferença entre psicólogo e psiquiatra, acreditando que ambos tratam a saúde mental da mesma forma. Essa confusão pode atrasar a busca por ajuda adequada e afetar o sucesso do tratamento. Neste artigo, vamos esclarecer as funções distintas desses dois profissionais e destacar por que a psicoterapia — especialmente sob a luz da Abordagem Centrada na Pessoa — é essencial para tratar as causas profundas do sofrimento emocional.

Psicólogo e psiquiatra: atuam juntos, mas de maneiras diferentes

O psiquiatra: médico especialista em sintomas e medicamentos

O psiquiatra é um médico formado que se especializou em psiquiatria. Seu foco principal está em diagnosticar e medicar sintomas de transtornos mentais. Ele utiliza ferramentas clínicas, como o DSM-5 e Cid-10, para identificar quadros clínicos e prescrever tratamentos farmacológicos.

Por exemplo, se você está com insônia severa, o psiquiatra pode indicar um remédio para dormir, aliviando o sintoma. No entanto, essa abordagem não atua sobre a origem do problema — o que está causando a insônia.

O psicólogo: busca a compreensão e resolução das causas

Já o psicólogo atua no campo das emoções, comportamentos e relações humanas. Ele busca compreender os fatores subjetivos e históricos que estão por trás dos sintomas. Seu trabalho é voltado para a escuta, o acolhimento e a promoção da autocompreensão por meio do diálogo terapêutico.

Na Abordagem Centrada na Pessoa, desenvolvida por Carl Rogers, o psicólogo cria um ambiente de empatia, autenticidade e aceitação incondicional para que o cliente descubra seus próprios caminhos de cura e crescimento.

Psicopatologias não são curadas apenas com medicamentos

Medicamentos aliviam sintomas, mas não resolvem causas

É comum pensarmos que, assim como um cardiologista resolve problemas cardíacos com medicamentos e procedimentos, o psiquiatra fará o mesmo com a “mente”. Mas a comparação não é adequada. Medicamentos psiquiátricos são eficazes para reduzir sintomas como ansiedade, depressão ou insônia — porém não resolvem as causas emocionais que originam esses sintomas.

A psicoterapia é o tratamento de base

É justamente nesse ponto que entra a psicoterapia. Através de sessões regulares com um psicólogo, o paciente pode acessar conteúdos internos que estão gerando seu sofrimento. Só assim se torna possível promover mudanças profundas e duradouras.

Quando procurar um psicólogo ou um psiquiatra?

Na maioria dos casos, a atuação conjunta é a melhor abordagem. Elucidando que nem sempre um cliente de psicoterapia precisará fazer acompanhamento com um psiquiatra, isso vai depender de cada caso.

O psiquiatra pode estabilizar sintomas com medicamentos, enquanto o psicólogo promove mudanças emocionais duradouras.

Em outras palavras: O psiquiatra te dará o remédio que te auxiliará a dormir e estar bem para a sessão de terapia, enquanto o psicólogo te ajudará a resolver o que estava te mantendo acordado.

Qual abordagem devo buscar?

Eu recomendo a Abordagem Centrada na Pessoa, uma vez que ela considera que todo ser humano possui uma tendência natural ao crescimento e à autorrealização. O papel do terapeuta é oferecer um ambiente seguro e não julgador, no qual o cliente possa:

  • Falar livremente sobre seus sentimentos

  • Explorar suas dúvidas existenciais

  • Desenvolver autoestima e autoaceitação

  • Assumir a autoria da própria vida

Diversos estudos mostram a eficácia dessa abordagem na redução de sintomas e na promoção de bem-estar duradouro【1】.

Conclusão: Terapia é o que cura

Entender a diferença entre psicólogo e psiquiatra é essencial para fazer escolhas conscientes sobre o próprio cuidado emocional. Ambos são aliados no processo de tratamento, mas a psicoterapia é quem trabalha na raiz do sofrimento.

Se você tem enfrentado dificuldades emocionais, ansiedade, insônia ou tristeza profunda, busque ajuda psicológica. O autoconhecimento e a escuta acolhedora podem transformar sua vida de forma mais profunda do que qualquer remédio isolado.

Links Úteis

Referências Científicas

  1. Elliott, R., Greenberg, L. S., & Lietaer, G. (2004). Research on experiential psychotherapies. In M. Lambert (Ed.), Bergin and Garfield’s Handbook of Psychotherapy and Behavior Change (5th ed., pp. 493–539). Wiley. Link para o artigo

  2. Mick Cooper & John McLeod (2011) Person-centered therapy: A pluralistic perspective, Person-Centered & Experiential Psychotherapies, 10:3, 210-223, DOI: 10.1080/14779757.2011.599517

 

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